Há vezes
em que não são os pássaros quem chilreiam
mas as árvores
Há vezes
em que não é o vento quem zurze
mas o ar
Há vezes
em que não é o corpo quem fala
mas a alma
Há vezes
em que não é o poeta quem declama
mas o guerrilheiro
Há vezes
em que não sou eu quem age
mas o oculto
Há vezes
...
Luciano Canhnaga, UCP/Maio 2005.
Friday, September 24, 2010
Monday, August 30, 2010
QUANDO O CÉREBRO E O CORAÇÃO SE CASAM
A alegria e a tristeza se abraçam
É total a angústia
Do pensar e não dizer
Ideias que apodrecem na boca
Altivando a mudez
E não mora distante a surdez
Correr e em simultâneo parar
Amar e compreender
Rir e ao mesmo tempo chorar
É total a angústia
Do pensar e não dizer
Ideias que apodrecem na boca
Altivando a mudez
E não mora distante a surdez
Correr e em simultâneo parar
Amar e compreender
Rir e ao mesmo tempo chorar
Friday, July 09, 2010
ÚLTIMO ADEUS
Motivos para desconfiar
Vezes te dei
Razão para de vez partir
Não ma deste o suficiente
Procurei pelo arrependimento
Motivos também me negaste
Desmerecemos único caminho
Seguirei minha rota
De costas viradas ao teu percurso
Vezes te dei
Razão para de vez partir
Não ma deste o suficiente
Procurei pelo arrependimento
Motivos também me negaste
Desmerecemos único caminho
Seguirei minha rota
De costas viradas ao teu percurso
Tuesday, June 29, 2010
PEDRA, CAL E TINTA
Fiz (emos) a nossa parte
Melhoramos o que insatisfazia
E lutamos para manter o desejável
Ganhamos soldo e conhecimentos
Lançamos betão, pedra e cal
E fizemos crescer o edifício
Patrão e empregado
Em satisfação empatados
Amigos fizemos
Lágrimas verteram
No fim o abraço
E a satisfação do dever cumprido
Melhoramos o que insatisfazia
E lutamos para manter o desejável
Ganhamos soldo e conhecimentos
Lançamos betão, pedra e cal
E fizemos crescer o edifício
Patrão e empregado
Em satisfação empatados
Amigos fizemos
Lágrimas verteram
No fim o abraço
E a satisfação do dever cumprido
Sunday, April 25, 2010
A ÚLTIMA FORÇA*
Procurou inspiração
Encontrou-a efémera
A vítima nem percebeu
De amores quase morreu
A tempo porém, se restabeleceu
Vítima e predador
Numa entrega enganosa
Vítima, quê isso?
Se na entrega muito aprendeu...
Xê mulher!
O grito de alerta a despertou
Libertada das masmorras disse:
_ Não à incultura!
* Réplica de autora conhecida
Encontrou-a efémera
A vítima nem percebeu
De amores quase morreu
A tempo porém, se restabeleceu
Vítima e predador
Numa entrega enganosa
Vítima, quê isso?
Se na entrega muito aprendeu...
Xê mulher!
O grito de alerta a despertou
Libertada das masmorras disse:
_ Não à incultura!
* Réplica de autora conhecida
Thursday, March 25, 2010
ILUSÃO
Tão logo voou
Cedo abortou
Não era aquele o seu percurso
Apenas tentou
E sem saber cativou
Sua última vítima inocente
Ele também o era
Vítima duma vida mal programada
E a vida retomou o seu curso
Tal rio
Ferida abaixo
Mágoas duma experiência amputada
Mas prazeirosa
Choro numa noite que seduz
Avança
Mesmo sem luz...
Cedo abortou
Não era aquele o seu percurso
Apenas tentou
E sem saber cativou
Sua última vítima inocente
Ele também o era
Vítima duma vida mal programada
E a vida retomou o seu curso
Tal rio
Ferida abaixo
Mágoas duma experiência amputada
Mas prazeirosa
Choro numa noite que seduz
Avança
Mesmo sem luz...
Friday, February 12, 2010
ZUCA
Acorda-me deste sono moribundo
e leva-me neste barco que se afunda
Na viagem da bunda
Revejo meu direito de viver
e dispo-me de roupas vagabundas
rasgadas no teu regaço de prazer
Nosso amor é marear!
e leva-me neste barco que se afunda
Na viagem da bunda
Revejo meu direito de viver
e dispo-me de roupas vagabundas
rasgadas no teu regaço de prazer
Nosso amor é marear!
Tuesday, January 12, 2010
ÁGUA DO KWANZA
Tão calmas a jusante
Quanto agitadas a montante
Límpidas ao olhar distante
Tão belas e refrescantes
Como o amor que sacio no esguiar
da plástica pelo tempo forjada
Qual secular leito do Kwanza
Que se perde no farfalhar de cada gota que passa!
Quanto agitadas a montante
Límpidas ao olhar distante
Tão belas e refrescantes
Como o amor que sacio no esguiar
da plástica pelo tempo forjada
Qual secular leito do Kwanza
Que se perde no farfalhar de cada gota que passa!
Monday, December 28, 2009
(IN)VERSUS
Correu meses a alegria
De repente parou o relógio
Siameses vieram da mulher
(In)fortúnio inundou o alvorecer
Na casa da borda amanheci
(Des)convidado para a festa me dirigi
Pois etiquetas há muito perdi...
De repente parou o relógio
Siameses vieram da mulher
(In)fortúnio inundou o alvorecer
Na casa da borda amanheci
(Des)convidado para a festa me dirigi
Pois etiquetas há muito perdi...
Tuesday, December 08, 2009
TRILOGIAMOROSA
À chegada
Transborda alegria
Afastam-se alergias
Bem alto cantam orgias
No dia derradeiro
Despedem-se orgias
Com a bagagem se vai a alegria
Para o regresso contando-se dias
Na ausência
Grita alto a saudade
Dos afagos com prazer
Para submergir a maldade
Das coisas por fazer...
Luciano Canhanga
Transborda alegria
Afastam-se alergias
Bem alto cantam orgias
No dia derradeiro
Despedem-se orgias
Com a bagagem se vai a alegria
Para o regresso contando-se dias
Na ausência
Grita alto a saudade
Dos afagos com prazer
Para submergir a maldade
Das coisas por fazer...
Luciano Canhanga
Monday, November 23, 2009
À HORA DA SUBIDA
(poema evocativo)
Caro chefe!
Que sempre nos bemtrataste
Agora que subiste
Queira também olhar p’ros que deixas
Nesta hora de louvores
Muitos pedem favores
e esquerdistas se apressam à direita
Uns te bajulam nos elogios
Outros se contêm nas palavras
Passando mentirosos por verdadeiros
A mim ocorre apenas pedir
Que se precisares aqui estou
Se prescindires aqui continuo
Se desceres aqui me encontrarás
Comigo a minha fidelidade
Canina!
Luciano Canhanga
Caro chefe!
Que sempre nos bemtrataste
Agora que subiste
Queira também olhar p’ros que deixas
Nesta hora de louvores
Muitos pedem favores
e esquerdistas se apressam à direita
Uns te bajulam nos elogios
Outros se contêm nas palavras
Passando mentirosos por verdadeiros
A mim ocorre apenas pedir
Que se precisares aqui estou
Se prescindires aqui continuo
Se desceres aqui me encontrarás
Comigo a minha fidelidade
Canina!
Luciano Canhanga
Tuesday, November 03, 2009
CHORAÇÃO
Quase chorei
Ao ler tua carta repleta
de memórias idosas...
Não que as desconhecesse,
Pois fotos e relevos vi
De amores e nostalgias me falaste
Chorei e não sei porquê,
Pois de inválidos atritos paternais sabia
E foi a maior perda de sentido
Mesmo assim chorei
e não sei porquê
Pois o amor em nós existe...
Luciano Canhanga
(à luso/kibalista São Sabugueiro)
Ao ler tua carta repleta
de memórias idosas...
Não que as desconhecesse,
Pois fotos e relevos vi
De amores e nostalgias me falaste
Chorei e não sei porquê,
Pois de inválidos atritos paternais sabia
E foi a maior perda de sentido
Mesmo assim chorei
e não sei porquê
Pois o amor em nós existe...
Luciano Canhanga
(à luso/kibalista São Sabugueiro)
Saturday, October 03, 2009
UM DIA
Quando nem forças tivermos
Para desejos saciarmos
Ou
P'ro seu regaço Deus m'arrebatar
Finalmente compreenderás
Que lírios te cantei aos ventos
E toda vida rosas negaste
Pois amor igual jamais verás!
Luciano Canhanga
Para desejos saciarmos
Ou
P'ro seu regaço Deus m'arrebatar
Finalmente compreenderás
Que lírios te cantei aos ventos
E toda vida rosas negaste
Pois amor igual jamais verás!
Luciano Canhanga
Wednesday, September 09, 2009
CANÇÃO DO TEMPO
Beatriz, meu amor
procuro-te e sou infeliz
aqui é pôr do sol
já se foi o dia
brilhou o astro-mãe
a escuridão toma conta do rol
e eu com medo das trevas
sem você minha estrela-guia
canto que no canto reapareças
p'ra que depressa me aqueças...
Luciano Canhanga
procuro-te e sou infeliz
aqui é pôr do sol
já se foi o dia
brilhou o astro-mãe
a escuridão toma conta do rol
e eu com medo das trevas
sem você minha estrela-guia
canto que no canto reapareças
p'ra que depressa me aqueças...
Luciano Canhanga
Tuesday, August 11, 2009
LONGE D'ALMAR
O poiso da gaivota
pelos ares apenas
lembrando tempos negros
dum passado moribundo
A distância no austin
por terra craterada
ossos marcam vidas
queimadas no negócio longíquo
Longe d'almar
roupa passada,
mordómica prisão,
vidas contadas
Luiano Canhanga
pelos ares apenas
lembrando tempos negros
dum passado moribundo
A distância no austin
por terra craterada
ossos marcam vidas
queimadas no negócio longíquo
Longe d'almar
roupa passada,
mordómica prisão,
vidas contadas
Luiano Canhanga
Tuesday, July 28, 2009
DIÁRIO AMOROSO
Os homens não precisam ser
Têm de aparecer
Tal qual campos santos
Sepulcros limpos
Topos de branco pintados
Corpos mofos e pódridos
Repousam dentro
Assim a paridade conjugal
Passeios aos pares
Cerveja nos bares
Chifre nos cabarés
Lábios de sorrisos inundados
Transbordam elogios alheios
E a vida conta passos
Mais um dia passa
Lá dentro o mesmo buraco
A mesma rosna
O mesmo roncar nocturno
Até que um se vai
Destapando q’houve d’amorfo
Luciano Canhanga
Têm de aparecer
Tal qual campos santos
Sepulcros limpos
Topos de branco pintados
Corpos mofos e pódridos
Repousam dentro
Assim a paridade conjugal
Passeios aos pares
Cerveja nos bares
Chifre nos cabarés
Lábios de sorrisos inundados
Transbordam elogios alheios
E a vida conta passos
Mais um dia passa
Lá dentro o mesmo buraco
A mesma rosna
O mesmo roncar nocturno
Até que um se vai
Destapando q’houve d’amorfo
Luciano Canhanga
Tuesday, July 07, 2009
VIAGEM
Embalado
Nos teus braços viajei
para onde
não sei
faminto
nas estradas dormi
e de graça comi
pois o dinheiro não dei
Na rusga do chimba
minha algibeira mostrei
Pena
que roupa não vestia
Luciano Canhanga
Nos teus braços viajei
para onde
não sei
faminto
nas estradas dormi
e de graça comi
pois o dinheiro não dei
Na rusga do chimba
minha algibeira mostrei
Pena
que roupa não vestia
Luciano Canhanga
Monday, June 15, 2009
CÂNDID'AMOR
Procurei no alô do telefone a voz cândida
De oferta a exaltação de mimos queridos
Num amparo de ternura
E sufocos há muito esquecidos
Na memória a Cândida apanas
Parida de melosos amores forjados
Além terra-mar
Luciano canhanga
De oferta a exaltação de mimos queridos
Num amparo de ternura
E sufocos há muito esquecidos
Na memória a Cândida apanas
Parida de melosos amores forjados
Além terra-mar
Luciano canhanga
Monday, May 25, 2009
FRÁGIL
Cuidado!
Pega devagar ...
com ternura
Fala baixo...
mas com afecto
Decide antes
se é...
P'ra ficar
ou p'ra descartar
Se p'ra zombar
ou p'ra amar
E se amar
fá-lo...
Com responsabilidade
Luciano Canhanga
(inspirado em Cuidado de Carol Vicente: http://silenciosidade.blogspot.com)
Pega devagar ...
com ternura
Fala baixo...
mas com afecto
Decide antes
se é...
P'ra ficar
ou p'ra descartar
Se p'ra zombar
ou p'ra amar
E se amar
fá-lo...
Com responsabilidade
Luciano Canhanga
(inspirado em Cuidado de Carol Vicente: http://silenciosidade.blogspot.com)
Wednesday, April 01, 2009
MELHOR IDADE
Quero lá chegar
Quando luzes conquistar
Para olhos verem sucessos
E no curso da vida Progressos
da confusa cidade me desfarei
E por arrimos andarei
Quando tiver a melhor idade
Luciano Canhanga
Quando luzes conquistar
Para olhos verem sucessos
E no curso da vida Progressos
da confusa cidade me desfarei
E por arrimos andarei
Quando tiver a melhor idade
Luciano Canhanga
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