Sunday, September 17, 2006
CONFESSO
Ontem
Passei pela vida apressado
como o prazer orgâsmico
duma deslealdade consentida
Hoje
O arrependimento pela vida sem rácio
a digestão do fel camuflado no mel
e os ferimentos contraídos na pressa
Amanhã
A escola que não fui
nos dias de euforia descuidada
e o repúdio pelo exemplo que não dei
Luciano Canhanga
Friday, September 08, 2006
7NCONTRO
Friday, September 01, 2006
PLANTANDO COUVES
Neste viver distante
Vou plantando couves
À beira mar relaxando
Na mesma angústia marcante
Repasto olhos em alhos peitorais
E olho
O busto que me embriaga no odor
Deste perfume que me sequestra
E protesto
O despolir do batom sem pudor
E a beleza do sorriso qu’água leva p’ra eternidade
E vou plantando couves
Colhendo alhos também
Vou plantando couves
À beira mar relaxando
Na mesma angústia marcante
Repasto olhos em alhos peitorais
E olho
O busto que me embriaga no odor
Deste perfume que me sequestra
E protesto
O despolir do batom sem pudor
E a beleza do sorriso qu’água leva p’ra eternidade
E vou plantando couves
Colhendo alhos também
Luciano Canhanga
Wednesday, August 30, 2006
O HOMEM QUE AMAS
Wednesday, August 09, 2006
A MULHER QUE NUNCA VI
Afundado na enorme saudade
Vou sorvendo o fel deste silêncio
Aguardando qu’o tempo me leve
de volta à mãe civilização
Na doçura ausente do teu ai
Escondo meu tédio diário
Do fio dental encarnado
Sobre o branco na bunda
E é neste andar excitante
Que me alieno
Fazendo-me companhia as orgias
com a mulher que nunca vi
Luciano Canhanga
Monday, May 22, 2006
se eu fosse EU
Sentaria à sombra da Mulemba
Leria um jornal que o amigo Cuteta escreveu
Borrifaria meu almoço com um noticiário do amigo Kitembo
E à noite um repasto bisante à moda da TPA
Vendo o Bens falando (des)coisas óbvias
Se Eu fosse eu
Embalar-me-ia nos ditos
Continuaria ali no Rangel
Vivendo parasitadamente na herdade alheia
Teria um carro sugador e uma sucursal mulata
Se EU fosse eu
Jamais aceitaria exílios
Jamais partilharia intimidades
Jamais passaria por reptil desconhecido
Nem sentiria esta saudade
dos copos que não bebi.
Luciano Canhanga
Wednesday, April 12, 2006
Um olhar ao horizonte
No Íntimo
No íntimo
Há coisas sentidas
Que no andar da picada
Não têm ressonância
No íntimo
Sempre faltam atributos
Que reflictam a dor dum desterro
o peso da alma num corpo cansado
E o fardo que é o corpo
numa prisão voluntária
No íntimo há também o tricotar de ideias
Que no andar da picada
Não têm ressonância
No íntimo
Sempre faltam atributos
Que reflictam a dor dum desterro
o peso da alma num corpo cansado
E o fardo que é o corpo
numa prisão voluntária
No íntimo há também o tricotar de ideias
desencontradas
No íntimo reside a saudade
Traduzida em 2 horas de distãncia!
No íntimo reside a saudade
Traduzida em 2 horas de distãncia!
Luciano Canhanga
Thursday, March 02, 2006
MINHA DOR
Visão
Todos os dias
Uma cadeira vazia
No horizonte uma rua
Sempre larga e deserta
Aqui próximo na esquina
uma loja sem movimento
fechada ao abismo
pintada de luto
Na floresta invadida
Um sol sem brilho
Um canto sem pássaros
Uma roda sem crianças
Brincando doutores
Uma cadeira vazia
No horizonte uma rua
Sempre larga e deserta
Aqui próximo na esquina
uma loja sem movimento
fechada ao abismo
pintada de luto
Na floresta invadida
Um sol sem brilho
Um canto sem pássaros
Uma roda sem crianças
Brincando doutores
Luciano Canhanga 04.06.05
Sunday, February 19, 2006
A Índia
É para nós um sonho ainda
Continuam reis nossos avós
Que fazem leis
Os mesmos senhores de goloseimas
negadas a nossos pais
quanto a nós
que dizer a nossos rebentos
aguardai pela morte
felicidade é coisa divina
Luciano Canhanga
Continuam reis nossos avós
Que fazem leis
Os mesmos senhores de goloseimas
negadas a nossos pais
quanto a nós
que dizer a nossos rebentos
aguardai pela morte
felicidade é coisa divina
Luciano Canhanga
Tuesday, February 14, 2006
Está aqui
Apenas uma Vila atirada num matagal
Tão somente a maior diamantífera
Explorando dos maiores quimberlitos do mundo
Lavrando dos maiores campos de auto-sustento
Tão somente uma empresa calada
Introspectiva (?)
Aqui
Um hospital que desafia
serviços nacionais
autonomia aérea
Mais de tres mil trabalhadores
Tão somente um toquezinho
Para conhecer
Catoca
Luciano Canhanga/Nov 2005
Monday, February 13, 2006
Incontinências
Vinde
e cultivai
Que é próprio o momento
Chegai e dizei
(des)coisas habituais
e promessas rotas pelo tempo
em vossas bocas infernais
Vinde,
dizei e fazei
Que é chagada a ceifa
Preparai obras e palavras
Umas sem palavra
Para o julgamento do ceifeiro
Que chega à hora!
Luciano Canhanga/2004
e cultivai
Que é próprio o momento
Chegai e dizei
(des)coisas habituais
e promessas rotas pelo tempo
em vossas bocas infernais
Vinde,
dizei e fazei
Que é chagada a ceifa
Preparai obras e palavras
Umas sem palavra
Para o julgamento do ceifeiro
Que chega à hora!
Luciano Canhanga/2004
Na Escuridão da Saudade
SOMENTE TU
Mulher
Que em horas esquivas
Me excitas na imaginação
Eu aqui sedento
Da tua abraçação
Quinguilo-te na esquina
Para o kandando dócil
E orgiante!
Luciano Canhanga
Minha Vida
É operária
De cinco horas para o labor vespertino
De fábrica periférica
Com apagões e labor manual
O que resta é kinañinañi
Carne borracha
Maltratada nunca engolida
É sangue de vários sangues
Sem cor!
Luciano Canhanga/Jun 05
De cinco horas para o labor vespertino
De fábrica periférica
Com apagões e labor manual
O que resta é kinañinañi
Carne borracha
Maltratada nunca engolida
É sangue de vários sangues
Sem cor!
Luciano Canhanga/Jun 05
Fakada
Martelos
Buldozeres
Bombas
Distância e traições
Amores antigos
E até mesmo perseguições
Tentaram desviar nossos sentimentos
Não fosse nossa
A maturidade e determinação.
Luciano Canhanga Dez/2004
Buldozeres
Bombas
Distância e traições
Amores antigos
E até mesmo perseguições
Tentaram desviar nossos sentimentos
Não fosse nossa
A maturidade e determinação.
Luciano Canhanga Dez/2004
Para quê palavras
Para muitos
Sou a consolação
Para mim
Apenas o resto
de uma quadra cadavérica
Para uns
Há causas e explicações
Para mim
apenas Vi
Vivi e existo.
Luciano Canhanga
Junho 2005
Sou a consolação
Para mim
Apenas o resto
de uma quadra cadavérica
Para uns
Há causas e explicações
Para mim
apenas Vi
Vivi e existo.
Luciano Canhanga
Junho 2005
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