¶ 23 de Dezembro de 2024
"bene senescere sine timore nec spe"
blogue de Ana Roque
¶ 21 de Dezembro de 2024
Solstício de inverno
Solstício de inverno é um fenómeno astronómico que acontece todos os anos no dia 21 ou 22 de dezembro. Este ano, ocorrerá no dia 21 de dezembro de 2024, sábado, às 09h21.
Nessa data, o inverno começa em Portugal e em todo o hemisfério norte, e o verão começa no hemisfério sul.
É o dia mais curto do ano e, consequentemente, que tem a noite mais longa.
A partir desta data, a duração do dia começa a crescer. Por isso, na antiguidade, o solstício de inverno simbolizava a vitória da luz sobre a escuridão.
O solstício de inverno ocorre quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do Equador, ou seja, quando o Sol se encontra mais a sul. Por isso, o hemisfério em que acontece o solstício de inverno recebe menor incidência de raios solares.
Os solstícios ocorrem duas vezes ao ano (no inverno e no verão), mas em datas móveis.
O solstício de inverno ocorre todos os anos nos dias 21 ou 22 de dezembro, enquanto o solstício de verão ocorre nos dias 20 ou 21 de junho, no hemisfério norte. A palavra solstício significa "sol parado". Vem do latim solstitius, e é a junção de sol e sistere, que significa "ficar parado".
¶ 20 de Dezembro de 2024
Uma Coisa em Forma de Assim
¶ 19 de Dezembro de 2024
Dia de Descanso
Hoje reservo o dia inteiro para chorar
É o domingo decadente em que muitos
esperam pela morte de pé
É o dia do sarro que vem à boca da mediocridade
circular dos gestos que andam disfarçados de gestos
dos amores que deram em estribilhos
das correrias pederásticas para o futebol em calções
mais o melhor fato e a mesquinhez nacional dos 10%
de desconto em todo o vestuário
E choro choro porque a coragem
não me falta para tudo isto e assisto
na nega de me ceder ao braço dado
Precisarei de um cansaço mas
lá estavam espertas
as mil e não sei quantas lojas abertas
para mo vender!
Mas hoje é domingo
Lá está o chão reluzente de martírio
e nem já o sonho me dá de graça o ter por não ter
já nem o amor que suponho me dá o sonho de ser
E choro de coragem isto é
as lágrimas hão-de cair secas nas minhas mãos
Falo cristalinamente sozinho
procurando entre as paredes e as varandas que vão cair
algum acaso isto é
o eco, de qualquer drama vazio
Espero como quem espera
o momento de posse entre dois ponteiros
de torneira em torneira nas súplicas febris
em que me trago aquecendo as mãos nas orelhas
para as não cortar em gritos
Espero e entretanto o mundo não se cansa
de me dar drogas para dormir e criar
novelos de lã à volta do coração
Não me lastimo grito
Quero que estas correntes da boca se tornem úteis
e não ficar pr’aqui moldado estátua
em verdete de ser chorado
A tropeçar onde não há perigo
com calçado duro a pisar as nuvens
neste tão estreitado mundo
Choro hoje o dia todo e lembro-me o que disso
podem pensar os homens das ideias revolucionárias
e choro
choro de coragem e para os microfones da revolução
As lágrimas e a revolução são como a morte de cada um
Cá do meu alto não se desce por escadas mas por desalento
por amor ao chão de terra que me pisam
e choro neste dia burguês fazendo cá a minha revolução
alheia às tais guerras de papel químico
Espero sem esperança mas certo
do que espero como de saber que um homem
não chora e choro
Choro hoje porque reservei o dia inteiro para chorar
porque é domingo e o que espero não é a morte de pé
talvez a coragem de que o mundo não esteja certo
Uma vez era ainda pequeno
chorei ao ver um prédio desabitado
Moro nele mesmo aos domingos e rio-me
das revoluções que ameaçam de pôr ou tirar-me as janelas
Sei que nada adianta
Vi o prédio desabitado era eu muito pequeno
Nele me reservo hoje o dia todo à liberdade de me dar
ao choro da coragem de esperar
E espero porque mesmo que o mundo fique desabitado
um grito afinal terá assim o seu eco
Enquanto durar este domingo vou chorar gradualmente
até que a noite me venha
cobrir o corpo de abafo quente
Então sairei à procura da prostituta cega
para lhe contar junto ao peito
como as pessoas se comportam aos domingos
Fernando Lemos
¶ 18 de Dezembro de 2024
Da arte
A arte não existe para impedir o mundo de passar, mas para transfigurar o mundo que passa, para dar ao mundo que passa a face da nossa esperança que não passa.
Eduardo Lourenço
¶ 15 de Dezembro de 2024
Deambulações Oblíquas
¶ 14 de Dezembro de 2024
Todas as palavras
¶ 13 de Dezembro de 2024
O poema é um palácio de areia
¶ 8 de Dezembro de 2024